Em inglês a frase, cuja tradução é "Diga não ao racismo" |
Caros leitores, a
crítica de hoje é um assunto que lamentavelmente ainda existe e provavelmente
nunca abandonará a humanidade.
Na semana passada,
durante um jogo válido pela Taça Libertadores da América, o jogador Tinga do
Cruzeiro foi vítima de insultos racistas por boa parte da torcida peruana,
gerando uma comoção e indignação por todo o Brasil. Mas será que todos os
comovidos fazem realmente sua parte e tratam negros / homossexuais / índios ou
qualquer outra pessoa diferente da mesma forma que tratam seus semelhantes?
Minha resposta sem
sombra de dúvidas é: não! Muitos repudiam o preconceito contra o negro, mas ao
mesmo tempo se enojam ao ver um homossexual passar, ou vice e versa, assim como
repudiam o preconceito contra os homossexuais, mas evitam se aproximar de
pessoas tatuadas ou que se vistam mal. Tudo isso é preconceito, racial ou não,
a diferença está em quem será atingido com tal sentimento detestável.
No caso de Tinga, é
inegável que foi uma cena lamentável e perturbadora de preconceito racial e que
a Justiça precisa tomar providências urgentes, porém é também um acontecimento
que serve muito para a reflexão individual em qualquer um que tenha quaisquer
preconceitos contra pessoas de “tribos” diferentes.
Portanto, nós que
ficamos horrorizados com as imitações de macaco que a torcida peruana fez
contra o brasileiro, repensemos se nós também não somos preconceituosos /
racistas e mudemos nossos atos. Passemos a enxergar que aquele homem, branco ou
negro, que entra no ônibus de roupa suja ou rasgada pode ser um pai trabalhando
para sustentar sua família e não um simples marginal como muitas vezes pensamos
ser; ao ver um homossexual isolado e triste, não o insultemos, mas que possamos
enxergar nele uma pessoa que pode estar sofrendo com sua opção sexual por causa
da discriminação que nós o fazemos passar.