terça-feira, 29 de abril de 2014

Uma banana pra o preconceito

O tema mais debatido desse final de semana não foi o clássico Corinthians e Flamengo ou o atraso das obras da copa do mundo, muito menos a corrupção ou os preparativos para as eleições. Algo muito maior que tudo isso tomou o centro das discussões: Uma banana! Mas será que foi só a banana? Não, lógico que não.

Éramos acostumados a relevar muita coisa relacionada ao preconceito no passado. Chamou de macaco? É normal, sou preto mesmo e também sou adepto da teoria da evolução, nós viemos dos macacos. Mas hoje em dia esse quadro mudou. Saímos do comodismo de achar preconceito normal. Tardiamente, mas acordamos.

Esse fim de semana, o jogador do Barcelona Dani Alves foi “chamado” de macaco. Um torcedor não identificado arremessou uma banana em sua direção na intenção de desmerecê-lo. O que o brasileiro fez? Comeu a banana e mandou o recado: “foi bom pra mim, me deu mais energia”. É impressionante o jogo de cintura do povo brasileiro nas diversas situações.

O caso de Dani Alves não é o primeiro, nem será o último. Recentemente tivemos o caso do Árbitro Cláudio, que teve seu carro coberto por cascas de banana, além de ser ofendido durante a partida. O próprio Neymar, ídolo maior do futebol brasileiro, já sofreu preconceito durante uma partida. Se formos citar todos os casos de injúria racial no esporte, a lista será enorme.

Eu, particularmente, achei a atitude de Dani Alves louvável. Mas e se virar moda no futebol brasileiro atirar bananas para ofender algum atleta? Tenho esse receio pelo fato de o brasileiro gostar de copiar muitas coisas, boas e ruins, da Europa e dos EUA. Tomara que isso não aconteça, pois o esporte é um dos meios mais eficazes de se quebrar todas as barreiras do preconceito.


O povo brasileiro é a maior prova de que não existe distinção de raça ou cor. Somos pretos e brancos, somos amarelos e vermelhos, somos verdes e azuis, somos cafuzos, mestiços, mulatos, mamelucos, pardos. E a mistura de tudo isso nos forma. Forma a nossa cor, a nossa história, a nossa essência. Pra os preconceituosos vai um recado: Uma banana pra vocês! Afinal, somos todos macacos.

Gabino Barros/Blog Crítica Sem Censura
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